quarta-feira, 8 de setembro de 2010

chorinho no coração de Londres

De junho a agosto deste ano foi realizado o Festival Brazil no Southbank Centre, em Londres. Nas palavras dos organizadores, o evento levou para o coração da cidade a vibrante e dinâmica cultura contemporânea brasileira, com apresentações musicais, artes visuais, dança, literatura, debates e culinária.

Pelas dependências do Royal Festival Hall – um dos edifícios do complexo cultural que fica às margens do Rio Tâmisa, pertinho da London Eye, e ao lado da Waterloo Bridge –, passaram nomes como Gilberto Gil, Maria Bethânia, Os Mutantes e Tom Zé.

Por acaso, passando pela ponte, vi o enorme cartaz no Southbank Centre e fui conferir a programação. Para a minha sorte, pude acompanhar o show instrumental de Adriano Adewala Trio interpretando Pixinguinha. Simplesmente sensacional.

Duas horas do melhor do chorinho brasileiro – definido pela apresentadora como o “Jazz brasileiro” -, impecavelmente executado pelo trio formado por Adriano Adewala na percussão, Marcelo Andrade, no saxofone e flauta, e Jonathan Preiss no violão – um show à parte.

A plateia formada basicamente por gringos – umas 300 pessoas – se deliciou com canções como “Carinhoso” – deu vontade de chorar -, “Vou vindo” e "Um a zero".





domingo, 5 de setembro de 2010

um homem precisa viajar - Amyr Klink

"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.





Esse texto é do livro "Mar sem Fim" (e o vídeo, do documentário homônimo), no qual Amyr Klink narra a sua viagem de circunavegação polar. Foi a primeira longa viagem que ele fez depois do nascimento de suas filhas gêmeas. Na última página, ele narra o retorno a Paraty e a entrada na baía de Jurumirim, e, quando vê sua esposa e as duas filhas pequenas brincando na praia, diz: "...tanto mar, ao invés de nos separar, nos uniu. Em 141 dias de ausência, do início ao fim, o Paratii fez a sua volta e retornou a Jurumirim. A Terra é mesmo redonda. Ao longo do caminho, pensando bem, nem vento, nem gelo, nem ondas tão ruins, porque, no fim, nada impediu meu veleiro de voltar inteiro à sua baía. E nada foi melhor do que voltar para descobrir, abraçando as três, que o mar da nossa casa não tem mesmo fim."