"Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser; que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver”.
Esse texto é do livro "Mar sem Fim" (e o vídeo, do documentário homônimo), no qual Amyr Klink narra a sua viagem de circunavegação polar. Foi a primeira longa viagem que ele fez depois do nascimento de suas filhas gêmeas. Na última página, ele narra o retorno a Paraty e a entrada na baía de Jurumirim, e, quando vê sua esposa e as duas filhas pequenas brincando na praia, diz: "...tanto mar, ao invés de nos separar, nos uniu. Em 141 dias de ausência, do início ao fim, o Paratii fez a sua volta e retornou a Jurumirim. A Terra é mesmo redonda. Ao longo do caminho, pensando bem, nem vento, nem gelo, nem ondas tão ruins, porque, no fim, nada impediu meu veleiro de voltar inteiro à sua baía. E nada foi melhor do que voltar para descobrir, abraçando as três, que o mar da nossa casa não tem mesmo fim."
Tenho muito claro pra mim esse sentimento de que a distancia nos une e nao nos separa de coisas/pessoas que realmente amamos e tem valor em nossas vidas. Tudo esta la tao disponivel que muitas vezes nao conseguimos exercitar nossas mentes em relacao a nao ter aqueles momentos, aquelas pessoas... Somos muitas vezes menos felizes do que potencialmente seriamos provavelmente porque nao valorizamos tudo isso, we take for granted pessoas, momentos, gentilezas. Precisamos tentar sempre cultivar o que amamos, mas para isso precisamos identificar o que realmente amamos e nos faz falta. Boa busca pra voce!!!
ResponderExcluirDemais! Isso é muito verdadeiro! Quando conhecemos outras terras, culturas, pontos de vista e sentimos o desamparo longe de casa conseguimos valorizar e enxergar as coisas que sempre estiveram ao nosso redor com mais clareza! Quero muito ler esse livro!
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