quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Málaga

Saímos da Comunidad Valenciana pela Autovía del Mediterraneo e seguimos por toda a tarde para Málaga. Quando imaginei a viagem, a ideia era não gastar mais do que quatro horas no deslocamento entre as cidades, motivo pelo qual pensei em parar em Almeria, que fica mais ou menos na metade do caminho. Só que, no dia anterior à partida de Alicante, quando buscava a próxima hospedagem, confundi-me e reservei um mocó em Málaga, a cerca de 500 quilômetros de distância. O jeito foi "pular" Almeria. Não poderíamos ter começado o giro pela Andaluzia em lugar melhor: Málaga foi uma das mais gratas surpresas da viagem! A cidade natal de Pablo Picasso não é pequena (tem quase 700 mil habitantes), mas as principais atrações ficam concentradas em seu pequeno e muito bonito centro histórico, com destaque para a linda catedral e a imponente alcazaba, ou fortaleza moura, construída há mais de mil anos e que domina a paisagem local.
Construída sobre um estratégico morro perto do porto natural, incorporou as muralhas da antiga cidade romana. Ao seu pé ficam as ruínas do anfiteatro romano, mostrando que a cidade já passou - e sobreviveu - ao domínio de muita gente. O mais bacana é andar e se perder pelas inúmeras ruas de pedestres, que muitas vezes se parecem com labirintos estreitos e cheio de "quebradas". Dezenas de lojinhas, restaurantes e baras de copas e tapas se misturam aos prédios históricos, a maioria bem conservada. A casa onde o famoso pintor espanhol nasceu e viveu até o início da adolescência virou um museu e algumas de suas obras estão expostas no Museo Picasso de Málaga. Interessante, mas não imperdível. A exemplo de outras catedrais, a Catedral de La Encarnacion foi construída ao longo de três séculos e, por isso, há uma cerca mistura de estilos. As obras da segunda torre foram abandonadas quando os fundos da catedral ficaram prontos e, por isso, ela recebeu o apelido de La Manquita. À noite, o programa era andar pelo centro e praticar o tapeo, ou seja, parar em vários bares para experimentar diferentes tapas acompanhadas, claro, de uma caña ou de um tinto de verano, uma mistura de vinho de qualidade inferior com gaseosa (espécie de refrigerante de limão) e muito gelo. Um dos mais bacanas é a Bodega El Pimpi, aos pés do morro onde fica a alcazaba, com uma bela vista dela toda iluminada. Durante o dia, um pulinho em praias próximas já que ninguém é de ferro. Na província de Málaga, mas no município de Torremolinos, fomos à Playa de Los Álamos, que segue o esquema das praias urbanas da região: chiringuito (bar na praia que funciona somente durante o verão), huamaca (espreguiçadeira com almofada) e guarda-sol. Um pouco mais afastada, fica Marbella, balneário de luxo muito procurado por gente famosa e endinheirada da Espanha e - por que não? - da Europa. Alamedas muito bem conservadas e arborizadas, gente bonita e chiringuitos muito mais arrumadinhos tão o tom.
Ficamos na Playa Casablanca, bacaninha, mas parecida com as demais, com uma importante diferença. Essa região do litoral espanhol é conhecida como Costa del Sol e não é por acaso: ao que consta, são mais de 300 dias de sol por ano! De fato, nem uma mísera nuvem apareceu durante nossa estada por essas bandas (a bem da verdade, fiquei quase um mês sem ver qualquer nuvem), o que já faz valer a visita.


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