quarta-feira, 20 de julho de 2011

Puerto Iguazú - Cataratas de Iguazú

Não tenho nada contra viajar de ônibus. Aliás, pelo contrário e por medo de avião, gosto bastante, desde que tenha tempo. Mas as 24 horas entre Salta e Puerto Iguazú não foram lá das mais agradáveis. Não que o ônibus não o fosse.
Os argentinos gostam de ônibus confortáveis e tudo o mais, mas o problema é que eles também gostam de ver filmes durante quase toda a viagem. E filmes como "O mecânico" ou "Invasão do Mundo: Batalha por Los Angeles", que foi reprisado três vezes! Fora o volume que não te deixava ignorar o filme, nem mesmo escutando MP3 por fones de ouvido! Ok, faz parte. O que importa é que cheguei a Puerto Iguazú, cidade que, com Foz do Iguaçu (Brasil) e Ciudad del Este (Paraguai), faz a tríplice fronteira entre estes três países e que serve de ponto de partida para o Parque Nacional Iguazú, onde se localizam as Cataratas do Iguazú, escolhidas uma das Sete Novas Maravilhas da Natureza em eleição organizada pela fundação New 7 Wonder, e declarada Patrimônio Natural da Humanidade pela ONU.
Hospedei-me no Hostel Bambu, que fica pertinho do terminal rodoviário, o que foi muito bom porque de lá partem a cada 20 minutos ônibus para a entrada do parque. Há tarifas diferenciadas para quem é argentino, natural de outro país do Mercosul e os demais. Como brasileiro, paguei ARS 70 (não aceitam cartão ou outra forma de pagamento que não dinheiro, em moeda argentina), que dá direito a visitar toda área do parque e a utilizar o ecotrem que leva os turistas a um ponto mais próximo de onde se iniciam os dois circuitos que se pode fazer à pé. São eles o circuito inferior e superior, de onde se pode apreciar as cataratas, óbvia e respectivamente, por baixo ou por cima. Ao invés de encarar as enormes filas para tomar o trem, segui pelo Sendero Verde, uma fácil trilha de cerca de 700 metros que leva até o início dos dois circuitos. No caminho, dezenas de quatis aguardavam (e - por que não? - pediam) que os turistas desrespeitassem as placas pedindo que não se alimentassem os animais e lhe atirassem qualquer coisa para comer. Comecei pelo circuito inferior. Alguns lances de degraus levam o turista até uma espécie de passarela que atravessa a floresta subtropical por corredores relativamente estreitos até chegar a uma série de mirantes de onde se pode observar as cataratas de cada vez mais perto. Não posso deixar de comentar que, antes de tudo, uma visita ao Parque Nacional Iguazú é um exercício de paciência, especialmente durante as férias escolares. Há gente demais para espaço de menos e é praticamente impossível ficar mais de cinco minutos em algum mirante sem que você seja empurrado pela horda proveniente das dezenas de excursões que avançam a passos rápidos. Mas, acredite, vale a pena. O conjunto de quedas d'água é realmente incrível e o parque é bem preservado e sinalizado. O ponto alto do circuito inferior é a passarela que leva até bem pertinho de um dos saltos: o banho é inevitável, mas (quase) todo mundo vai preparado com capa impermeável.
É impossível olhar para a cachoeira daquele ponto por conta do deslocamento de ar causado pela força da água e pelos pingos da própria. No caminho para o circuito superior, passei pela bonita cachoeira Dos Hermanas e ainda vi um tucano. O circuito superior oferece uma bacana vista panorâmica das Isla San Martin e do parque. Mas a melhor vista mesmo é a partir do lado brasileiro (R$ 22,00 para brasileiros). O ideal é reservar dois dias: um dia inteiro para conhecer o lado argentino, onde está a grande maioria das quedas, percorrer as trilhas do parque e fazer o passeio de bote até bem perto (ARS 120, por cerca de vinte minutos) das cachoeiras; e meio dia para conhecer o lado brasileiro que, se não tem muitas quedas, tem a melhor vista do conjunto de cachoeiras. O outro meio dia você pode apreveitar e fazer umas comprinhas. Por falta de tempo (já que descolei uma passagem aérea bem baratinha da Azul para Campinas) e pela previsão da chegada de uma frente fria (que trouxe chuvas fortes naquela madrugada para a região), só conheci o lado argentino. No dia seguinte, acordei tarde, arrumei minhas coisas e segui para a rodoviária. Há ônibus a cada meia hora para a rodoviária do lado brasileiro (ARS 7 a passagem). Tomei um por volta do meio-dia, passei pelo posto de imigração argentino e cruzei a ponte Tancredo Neves para voltar ao Brasil. Ainda que não houvesse grandes mudanças de paisagem e de clima, e, para mim, Foz do Iguaçu fosse tão longe de casa quanto Puerto Iguazu, é sempre boa a sensação de voltar ao seu País. Uma hora e vinte de voo depois, lá estava eu em Campinas e, logo, de volta a Itu. Pelo menos por enquanto...


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