a volta dos que não foram

Pois é, querido leitor, ao invés de lhes escrever desde La Plata, cá estou em um quarto do Holliday Inn, ao lado do centro de convenções do Anhembi em São Paulo, assistindo ao jogo entre nossos hermanos e a Bolívia (que, neste exato momento, abre o placar). Culpa do Puyehue, o vulcão chileno que voltou a lançar cinzas depois de uma semana relativamente calma, o que provocou o cancelamento de quase todos os vôos para Buenos Aires e Montevidéu. Mas nem tudo foi assim tão simples. Depois de madrugar, fazer uma viagem rápida para o aeroporto de Guarulhos e passar por todos os procedimentos de embarque, fiquei – como todos os outros passageiros – aguardando dentro do avião uma definição quanto ao fechamento, ou não, do aeroporto de Ezeiza, em Buenos Aires. O avião chegou a taxiar pela pista antes de retornar com a informação de que os vôos para a capital argentina estavam suspensos. Aguardamos uns 40 minutos dentro da aeronave, até o comandante informar, para alívio geral, que o aeroporto de Ezeiza havia reaberto. Com pouco mais de cerca de uma hora de voo, já sobrevoando a região de Blumenau/SC, e quando o serviço de bordo circulava atiçando a fome de todos na cabine, notei que o avião fazia uma grande volta. Quando terminou, o comandante anunciou: “tenho más notícias para vocês”, e emendou: “o aeroporto de Buenos Aires fechou em razão das cinzas do vulcão”. Passado alívio inicial pela “má notícia” não ser a falta de combustível ou a perda de uma turbina, veio a preocupação de não conseguir chegar hoje na Argentina, o que se concretizou. Não sem antes uma enorme confusão, falta de informação e jogo de empurra dos funcionários da TAM, e de longas cinco horas em filas, até que me enfiaram em um ônibus e me mandaram aqui para o hotel, com a “promessa” de que “alguém” em ligaria para dizer o que aconteceria. Só me resta madrugar amanhã e montar acampamento no aeroporto para tentar chegar a La Plata antes da estreia do Brasil na Copa América. Ah sim, a Argentina empatou o jogo!