sexta-feira, 29 de julho de 2011

Valência

A menos de 400 kms de Barcelona, em direção ao sul seguindo pelo litoral, fica a terceira maior cidade da Espanha, Valência. De carro, chega-se a ela AP 7, uma longa estrada que passa por quase todo o litoral sul espanhol, também chamada Autovía del Mediterraneo. Nesse trecho ela é pedagiada, mas há a opção de seguir pela N340, que segue quase paralela. O problema é que ela atravessa tudo quanto é vilarejo e há inúmeras rotondas (rotatórias) que fazem o barato sair bem chato. A cidade é muito bacana e vale muito a pena visitá-la. Construções históricas e prédio modernos convivem em harmonia. Boa parte dos pontos de interesse ficam na Ciudad Vieja, como o Ayuntamiento (Prefeitura), a Catedral e o mercado central, e tudo pode ser percorrido a pé. Em um desses giros à noite, sentamos em uma mesa na calçada de um bar na Plaza del Ayuntamiento para tomar uma caña e comer umas tapas e fomos surpreendidos pelo encontro de um grupo de tuna chamado Quarentunos, formados por cerca de 15 senhores (quase todos acompanhados de suas señoras) que aparentavam não menos que 50 anos, que tocavam músicas populares espanholas em violões, bandolins e cavaquinhos. Bonito demais. Ainda que você não tenha muito tempo, vale visitar o mercado central, um bonito edifício no estilo art noveau, com mais de trezentas bancas do que há de melhor na culinária espanhola. Azeitonas, queijos e, claro, o jamón. Verdadeira instituição espanhola, esta espécie de presunto cru é obtidas das patas traseiras do porco e pode ser encontrada em absolutamente todos os lugares que se prezem na Espanha. Experimente também uma espécie de bolacha em forma de palito com anis muito boa que se chamam rosquilletas. Também em art noveau, a Estación del Norte fica próxima ao Ayuntamiento e é ricamente decorada com cerâmica. Há diversos quadros de cerâmica em mosaico desejando "boa viagem" em diversas línguas. Por falar em cerâmica, e se você tiver um pouco mais de tempo (na minha opinião, duas noites e três dias está de bom tamanho), uma boa dica é o Museu Nacional de Cerâmica, antiga residência do Marques de Dos Aguas. Através dos suntuosos cômodos do belo casarão do século XVIII, há diversas peças que são interessantes até para alguém que, como eu, não tem nada que ver com cerâmica. 
Ainda na Cuidad Vieja, colado ao centro, fica o Barrio del Carmen, repleto de bares, restaurantes e baladas para todos os gostos, frequentados por diferentes tribos. Sinceramente, nada demais. Se você for a Valência fora da época de férias, seja mais criativo e vá para o bairro de Aragon, repleto de bares "universitários". Um passeio bem bacana é caminhar pelo leito do Rio Turia, que atravessa e divide a cidade. Seco, o antigo leito foi transformado em um enorme parque, com pistas de cooper, ciclovias, quiosques de bebida e comida e até um parque de diversões. Mas o mais legal mesmo fica no fim dos Jardines del Rio Turia: a Ciutat de les Arts i de les Ciences. Um complexo de cinco edifícios sensacionais, meio futuristas, que é o cartão-postal da cidade. Destaques para o Palau de las Arts e o Museo de les Ciences. Há, ainda, o Oceanografic, um enorme aquário que parece ser muito bacana, mas que não visitamos porque achamos cara a entrada: 24 euros! No final desta caminhada, paramos em um bar em uma avenida próxima e experimentamos uma das bebidas típicas de Valência, a horchada. De aparência leitosa, a bebida é feita de chufos (um tipo de amendoa) e é servida gelada. Muito boa. A outra bebida da cidade é, na verdade, um drinka agua de valencia, uma mistura de cava (espumante) com suco de laranja. Saindo deste bar, pegamos um ônibus de volta ao centro, quando aconteceu a mais incrível coincidência da viagem. 
Três dias antes, a Gabriela, minha parceira de viagem, encontrou uma câmera fotográfica no táxi em que estava em Barcelona. Meio por não saber o que fazer, meio por medo que o taxista pegasse a câmera para si, ela resolveu ficar com a máquina. Logo depois, ela própria esqueceu sua bolsa de praia cheia de coisas em outro táxi. Carma da máquina fotográfica, é claro! E o pior é que ela se deu conta que seria impossível encontrar os donos só pelas fotos. Nelas, aparecia um jovem casal no Parc Guell, em Barcelona e nada mais. Bom, eu disse que seria impossível...de repente, no meio do ônibus, para espanto da galera em volta, ela me solta um grito: "Duuuu, são eles, são eles!". "Eles quem?". "O casal da câmera!". Pois é, os dois estavam cruzando a avenida por onde o ônibus passava!!! Descemos do bumba no ponto seguinte sem tirar os olhos do casal e fomos atrás deles. O diálogo foi hilário: Gabriela - "Do you speak english?"; Menina - "Yes"; G - "you lost your camera?"; Menina, desconfiada - "yes, why?"; G - "Because i got it!"; Menina - "ai, meu Deussss!!!". Sim, eles eram brasileiros! De São José do Rio Preto! Tinham vindo de Barcelona e estavam indo embora de Valência dali a duas horas. Sensacional! Câmera devolvida, ganhamos um vinho de presente e uma incrível história para contar. Mais tarde, fomos ao Paseo de Neptuno, na orla da Playa de Malvarrosa, comer a famosa paella em um dos cerca de uma dúzia de restaurantes que ficam lado a lado. Não tem erro! Peça uma sangria para acompanhar. Muito perto dali ficam as enormes baladas de verão da cidade, apinhadas de locais e turistas. Mas, como se tudo isso não bastasse, Valência também tem praias! Fomos à Playa de La Pineda, a uns quinze minutos de carro do centro da cidade. Como quase todas as outras a que fomos depois, tem toda estrutura para o turismo, como duchas, estacionamento e guardas-sóis. Ok, não é igual às nossas, mas deu para matar as saudades.



2 comentários:

  1. ¡Holaaa!

    Qué bueno leer cómo ve Valencia alguien de otra ciudad, de otro país… :) ¡Viste muchas cosas! La playa, el Mercado Central, la Ciudad de las Artes, el centro, el río, probaste la paella, la horchata, las rosquilletas… ¡Qué bueno! ¡Me alegro de que te gustara! Se nota por cómo lo cuentas… Por cierto, ¡¡escribes muy bien!! Me gusta cómo describes los sitios, las situaciones… Como lo que os pasó con la cámara. ¡Qué fuerte! Parece increíble que pudierais dar con sus dueños y que encima fueran brasileños… ¡Qué cosas! La magia de Valencia… ¡Jejeje! :P ¡Muy bonita también la foto de portada del blog!

    ¿Te confieso algo? Ya había leído la entrada hace algún tiempo, al poco de conectar en Instagram y ver que tenías un blog… ¡Espero que no te siente mal que no te lo dijera! Pero como entonces no “hablábamos”… Sentí curiosidad (¿Te he dicho que soy periodista? ¡Jeje!) y entré a ver de qué escribías. Lo ojeé por encima y leí el post de Valencia. Me encantó la sorpresa de ver que escribías de viajes… Como has visto por las fotos y hemos comentado alguna vez, me apasiona viajar… Siempre digo que mi año perfecto sería trabajar seis meses y viajar los otros seis, pero si no me toca la lotería (y no juego, jeje) lo veo un poco complicado… Así que seguiré soñando… ;)

    Me alegro de que te gustara también Andalucía. Es una zona preciosa de España, con una vida increíble, ¡y sobre todo en verano! ¡Y viste la Supercopa en el Camp Nou! Qué bien… ¡Qué envidia! ;) Esos partidos se disfrutan tanto en el campo… ¿Sabes dónde la vi yo? Tengo un recuerdo precioso de ese día… Te cuento. Justo en esas fechas estaba en Benín con una ONG (de ahí las fotos de allí que has visto). Estuvimos en una ciudad del norte en la que apenas había luz (en cuanto caía la noche íbamos con un frontal, una linterna de esas pequeñas que se ponen en la cabeza) ni agua (sacábamos agua de un pozo cada día para lavar, fregar, ducharnos…), pero en la que había unas parabólicas enormes en algunas casas para poder ver el fútbol, ¡jejeje!

    (Sigue...)

    ResponderExcluir
  2. (Sigue aquí... :P)

    Así que vimos tanto el partido de ida como el de vuelta en el patio de una casa, de tierra y al aire libre, en el que habían puesto cuatro teles en dos zonas y decenas de tablas de madera haciendo de bancos para ver el fútbol. Y ahí estábamos nosotros, 12 blancos entre más de 200 negros apasionados de un equipo y otro... :) ¡Fue una experiencia genial!

    Como genial es que te tomaras un año sabático, he leído ahora... Qué bueno, ¿no? Es muy valiente parar una temporada y darte un tiempo para ti, y comprobar que el mundo no se termina por parar un año… Eso sí, ¿te puedo preguntar qué tal la vuelta al trabajo y “a la vida” después de un año así? Es lo que siempre me ha generado más dudas sobre la idea de parar… Pero, aun así, me encantaría poder hacerlo algún año de mi vida y aprovecharlo para dar la vuelta al mundo... Coger una mochila, dinero, una cámara de fotos y, ale, a disfrutar del mundo, que es tan grande y hay taaanto que ver… :)

    Bueno, ¡menuda Biblia te he escrito! Espero no haberte aburrido mucho... ;) Encantada de haber leído más sobre ti, y esta vez con tu permiso… ¡jeje! Como te decía, escribes muy bien, así que será un gusto seguir leyendo tus entradas. Viajes y fútbol, qué más se puede pedir… :P

    ¡Gracias por haberme invitado a hacerlo y dejar que me cuele un poco en tu vida! ;)

    Yo no tengo blog, pero si te apetece saber también más de mí, te invito a que me agregues en Facebook. ¿Quieres? Mi perfil es Cristina Bea Seligrat. Justo hace unos días pensaba en decirte de agregarte, porque un amigo mío, hablando de fútbol, dijo una frase muy graciosa que me hizo pensar en ti y en la conversación que tuvimos el día de la eliminación del Valencia. Dijo algo así como que los antimadridistas del mundo teníamos que estar unidos por el bien del fútbol... :P

    Si no quieres, no pasa nada… Entenderé que no quieras agregar a una chica curiosa que había visto tu blog sin decirte nada… :/ ¡Jeje! Eso sí, te lo compensaré algún día con unas buenas cervezas o un buen vinito… ;)

    Lo dicho, ¡un placer!
    ¡Un beso!
    Cris

    ResponderExcluir