quarta-feira, 30 de março de 2011

Mostardas - RS

Mostardas é uma pequena cidade do litoral gaúcho espremida numa estreita feixa de terra entre a Lagoa dos Patos e a Lagoa dos Peixes. Para chegar lá desde o Chuí, viajei por quatro horas de ônibus até Rio Grande pela BR 471 - uma reta só, bem asfaltada e plana, que corta uma imensa planície que parece não ter fim, repleta de campos e banhados que justificam o seu apelido de "pantanal gaúcho". Em Rio Grande, caminhei da rodoviária até a hidroviária, onde peguei um barco para fazer a travessia até São José do Norte, na outra margem da Lagoa dos Patos. Lá, encarei mais umas quatro horas de ônibus até Mostardas, viajando pela BR 101 (que começa em São José do Norte). Uma das coisas que mais me chamaram a atenção nessa viagem ao sul do Brasil foram os preços baixos. Tudo bem que viajar fora de época ajuda, mas a alimentação e, principalmente, a hospedagem, são bem em conta. A maior prova disso foram os R$ 10,00 pagos por dia de hospedagem no Hotel São Luiz Rei (que, acrescido do "de França", foi o primeiro nome do município), que, na verdade, é a casa de uma simpática senhora. A maior atração da pacata cidade é o Parque Nacional da Lagoa dos Peixes, importante refúgio de aves migratórias. Infelizmente, por ser baixa temporada, não havia nenhuma agência operando e não havia como percorrer os cerca de 50 kms, boa parte dos quais pela praia para chegar até lá. O negócio foi dar uma boa volta pela cidade, comprovar que o gaúcho do interior é muito mais fechado e sisudo do que o da capital e observar a influência portuguesa (açoriana) na arquitetura, especialmente nas casinhas com eira e beira, e grandes janelas e portas, a exemplo do hotel onde fiquei. No dia seguinte, andei 12 kms até a praia, considerada por muitos uma das mais extensas do mundo. Na verdade, trata-se de uma faixa de areia que se estende por cerca de 300 kms, desde São José do Norte até Osório. Como não há grandes acidentes naturais em seu caminho, a impressão que dá é que se trata de uma praia só. Andei por mais de duas horas no sentido norte da praia e não encontrei uma única alma viva. Os únicos mamíferos que encontrei foram uma vaca e seu bezerro, que, a julgar pela corda partida em seus pescoços, devem ter escapado de alguma fazenda da região. Voltei para o balneário de Mostardas, mas, desta vez, esperei o ônibus escolar para voltar à cidade, de onde, no dia seguinte, parti cedinho para Torres.


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